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MARC JACOBS OUTONO-INVERNO 2010



Um ar de nostalgia pré-crise, ou será um prenuncio de uma nova fase?
Foi o que apareceu nas passarelas da New York Fashion Week, como a moda é reflexo da sociedade os estilistas e marcas pareceram estar otimistas quanto a retomada no consumo ou como chamam por aqui no reganho de “CONSUMERS CONFIDENCE”. Não tão ostensivo como no passado, nem tão recessionista como nas duas últimas temporadas. Os desfiles desse dia 15 de fevereiro trouxeram o que parece ser uma justa medida para o luxo do inverno 2010.

Moda pode ser movida por sonhos. Uma fábrica de fantasias que inspira e desperta desejos. Mas quando os tempos ficam difíceis, são as roupas, aquelas que vestimos todos os dias, quem ditam as regras.

A moda sempre será movida por imagens fantasiosas, mas há momentos em que as roupas que podem ser usadas de fato pedem atenção especial. Ao acabamento, aos tecidos, à modelagem e à porporção capaz de tornar um simples blazer alongado em objeto de desejo instantâneo como fez Marc Jacobs em seu mais recente desfile na noite desta última segunda-feira.

Quando o bege e outras tonalidades neutras, em peças simples, de modelagem quase clássica, saltam aos olhos, ou quando tons pastel se tornam exuberantes, é porque algo de realmente extraordinário está acontecendo.

Marc Jacobs e seu sócio, Robert Duffy, puxaram o papel marrom que cobria a caixa onde um exército de modelos vestidos todas em tons neutros se agrupavam esperando o comando para saírem em marcha.

E daí veio o primeiro look: uma simples camiseta cinza com bermuda larga, seguido de vestido e blazer acinturado em tonalidades parecidas e mais uma série de looks neutros, de silhueta alongada, num verdadeiro pout-pourri de fases e coleções passadas de Jacobs. Só que agora dotadas de uma simplicidade estonteante. Acabamento, corte e proporções das mais corretas. Volumes extremamente bem calculados, aplicações de peles que vão crescendo ao longo do desfile, porém sem jamais roubar a atenção da imensa realidade práticas das roupas, ao mesmo tempo em que conferem emoção extra.

O porquê de toda essa dose de realidade? “Por que a beleza não pode ser o suficiente?” rebate o estilista momentos após seu desfile. Sim, infinitamente menos criativa que coleções anteriores. Mas há de se levar em conta a extrema sintonia com os dias de hoje e com o período incerto que a moda está passando. Como um revolução silenciosa, Marc Jacobs aponta para um luxo simplificado, quase que velado, presente entre pontuações de exuberância por reais valores de design.

Menos festa e mais vida real. Roupas para o dia com detalhes precisos que agregavam imenso valor à cada peça. Vestidos com estruturas de corsets, pregas diagonais que delineavam a silhueta feminina, casacos de corte simples sobre blusas sofisticadas e excelente calças de alfaiataria com leve toque 1940s, e um monte de aplicações de pele para um glamour instantâneo.

Decorações simples, construção e modelagem precisas que enalteciam a peça por si só, sem precisar de brilhos, maxi volumes ou adornos extravagantes.

fotos: FIRST VIEW

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